Claro. Evidente. Todos nós já passamos por um momento de indagações tão, mais tão profundas que acabamos entrando em uma crise existencial Clariceana (derivada de Clarice Lispector). É porque tem uma hora que um conjunto de coisinhas insignificantes se unem, e se tornam algo maior, mas quando digo algo maior, não é apenas algo grande, é algo imenso...
-Mas também, ninguem vê o que eu faço!
-Ih! olha só, que bom, acabei de quebrar um copo!
e quem sabe, talvez diga depois :
-Olha só que divertido! tropecei e cai!
E quando essas acontecem, você tem duas opções: A primeira é se jogar, e se acabar de debater no chão, gritar, puchar seus cabelos (enlouquecer) e depois rir de si mesmo, embora não tenha achado resposta nenhuma. E a outra é pensar, pensar, e tentar achar dentro de você o que você sabe que não existe. Sim, é idiota mas é verdade. Pois bem, em um momento desses (este que estou agora) , parei para fazer a alternativa dois (ela é bem mais plausível, rs), e enquanto pensava, tentava achar o porquê de tanta coisa. Como por exemplo o porquê de eu tentar achar os porquês das coisas... (coisas complexas realmente!) e continuei assim por alguns dias (3, na verdade).
Coincidentemente nesse mesmo período, eu tinha levado um golpe certeiro (acidentalmente) na minha mandíbula, o que deixava ainda pior a situação, pois em cada pecinha do meu aparelho dentário inferior surgiram arrãnhoes minúsculos que doiam para c...
Foi quando me veio a idéia, CLARO! nós, seres humanos somo iguais as Aftas! Sim! a essas coisinhas minúsculas e latenjantes que aparecem na nossa boca! A comparação de início causa repulsa, e é necessariamente excêntrica, mas é coerente. Preste atenção: Aftas, começam do desgates dos dentes na boca, ou do aparelho dentário. E esses desgastes aumentam, aumentam, a ponto de tornar-se algo irritante! Nossas crises existenciais são da mesma forma! começam de desgastes que vão ficando cada vez maiores e mais irritantes e por fim explodem! E em outros casos começam repentinamente... como no caso de uma mordida na língua, ou uma "pancada", como o meu caso. Perfeito! soltei uma risada.
Continuei mais a fundo, e percebi que existiam mais semelhanças; Quem já teve uma afta, sabe que ao durmimos ela amanhece quase que sarada, mas com o passar do dia, o mesmo dente ou a mesma pecinha da aparelho que causou a mesma, fica em atrito com ela, e quando chega o período da noite novamente ela está tão ruim quanto no dia anterior. Perfeito! disse mais uma vez! Nós somos identicos! Passamos o dia com o stresse, com as dúvidas, algo latejante, e quando chega a noite... nos recompomos novamente para que no outro dia acordemos melhores, mas com o passar do dia, nós ficamos tão latejantes quanto no dia anterior... CLARO! é isso mesmo!
E analisando ainda mais a semelhança entre nós e elas (as aftas) cheguei a conclusão de que o final da nossa "crise existencial" que tanto latejou é identico ao das aftas... Pois embora amanheçam melhor e ao longo do dia piorem, chega um dia em que as aftas passam a ficar cada vez melhor, melhor e melhor... até por fim, cicatrizar! Nossa crise acaba do mesmo jeito! embora amanhecemos bem, e vamos durmir mal, chega uma hora em que passamos a nos acostumar com aquilo, e ficarmos enjuados também, e começa literalmente a cessar, e cessar cada vez mais até passar completamente, e então nos acostumamos a não achar as respostas para nossas perguntas tão complexas!
Quando eu acabei meu raciocínio louco, excentrico, nojento e VERDADEIRO, soltei umas risadas de euforia, e claro, eu tinha achado pelomenos algo que eu tinha certeza no meio de tantas dúvidas! ri por mais alguns minutos, recaptulei tudo, e depois... caí no sono.
Realmente faz muito sentido.E, sim, é muito nojento, essa comparação me causou repulsa mas, ela tem lógica!
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