quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Crises Clariceanas

Claro. Evidente. Todos nós já passamos por um momento de indagações tão, mais tão profundas que acabamos entrando em uma crise existencial Clariceana (derivada de Clarice Lispector). É porque tem uma hora que um conjunto de coisinhas insignificantes se unem, e se tornam algo maior, mas quando digo algo maior, não é apenas algo grande, é algo imenso...

-Mas também, ninguem vê o que eu faço!

-Ih! olha só, que bom, acabei de quebrar um copo!

e quem sabe, talvez diga depois :

-Olha só que divertido! tropecei e cai!

E quando essas acontecem, você tem duas opções: A primeira é se jogar, e se acabar de debater no chão, gritar, puchar seus cabelos (enlouquecer) e depois rir de si mesmo, embora não tenha achado resposta nenhuma. E a outra é pensar, pensar, e tentar achar dentro de você o que você sabe que não existe. Sim, é idiota mas é verdade. Pois bem, em um momento desses (este que estou agora) , parei para fazer a alternativa dois (ela é bem mais plausível, rs), e enquanto pensava, tentava achar o porquê de tanta coisa. Como por exemplo o porquê de eu tentar achar os porquês das coisas... (coisas complexas realmente!) e continuei assim por alguns dias (3, na verdade).
Coincidentemente nesse mesmo período, eu tinha levado um golpe certeiro (acidentalmente) na minha mandíbula, o que deixava ainda pior a situação, pois em cada pecinha do meu aparelho dentário inferior surgiram arrãnhoes minúsculos que doiam para c...
Foi quando me veio a idéia, CLARO! nós, seres humanos somo iguais as Aftas! Sim! a essas coisinhas minúsculas e latenjantes que aparecem na nossa boca! A comparação de início causa repulsa, e é necessariamente excêntrica, mas é coerente. Preste atenção: Aftas, começam do desgates dos dentes na boca, ou do aparelho dentário. E esses desgastes aumentam, aumentam, a ponto de tornar-se algo irritante! Nossas crises existenciais são da mesma forma! começam de desgastes que vão ficando cada vez maiores e mais irritantes e por fim explodem! E em outros casos começam repentinamente... como no caso de uma mordida na língua, ou uma "pancada", como o meu caso. Perfeito! soltei uma risada.
Continuei mais a fundo, e percebi que existiam mais semelhanças; Quem já teve uma afta, sabe que ao durmimos ela amanhece quase que sarada, mas com o passar do dia, o mesmo dente ou a mesma pecinha da aparelho que causou a mesma, fica em atrito com ela, e quando chega o período da noite novamente ela está tão ruim quanto no dia anterior. Perfeito! disse mais uma vez! Nós somos identicos! Passamos o dia com o stresse, com as dúvidas, algo latejante, e quando chega a noite... nos recompomos novamente para que no outro dia acordemos melhores, mas com o passar do dia, nós ficamos tão latejantes quanto no dia anterior... CLARO! é isso mesmo!
E analisando ainda mais a semelhança entre nós e elas (as aftas) cheguei a conclusão de que o final da nossa "crise existencial" que tanto latejou é identico ao das aftas... Pois embora amanheçam melhor e ao longo do dia piorem, chega um dia em que as aftas passam a ficar cada vez melhor, melhor e melhor... até por fim, cicatrizar! Nossa crise acaba do mesmo jeito! embora amanhecemos bem, e vamos durmir mal, chega uma hora em que passamos a nos acostumar com aquilo, e ficarmos enjuados também, e começa literalmente a cessar, e cessar cada vez mais até passar completamente, e então nos acostumamos a não achar as respostas para nossas perguntas tão complexas!
Quando eu acabei meu raciocínio louco, excentrico, nojento e VERDADEIRO, soltei umas risadas de euforia, e claro, eu tinha achado pelomenos algo que eu tinha certeza no meio de tantas dúvidas! ri por mais alguns minutos, recaptulei tudo, e depois... caí no sono.

Um comentário:

  1. Realmente faz muito sentido.E, sim, é muito nojento, essa comparação me causou repulsa mas, ela tem lógica!

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