As dores nos tornam mais
forte, os tropeços nos ensinam por onde andar, o dinheiro compra e realiza
grande parte dos nossos sonhos, os amigos são a família que escolhemos, a nossa
família nos acrescenta valores. No entanto, nada é capaz de mudar aquilo que
somos, por que isso é o que somos. E ele era aquilo que ele é.
Seria estupidez tentar
defini-lo, pois ele possui um nome forte, dizem até que o seu nome significa:
lobo. Eu não sei. Tudo que sei é que ele adora falar das nuvens, do sol, do
mar, da vida...
Desde pequeno mostrou-se
diferente, não é como se ele não se encaixasse com os outros, não, ele
simplesmente completava o grupo de uma forma diferente. Uma forma alegre,
criativa, disposta a arriscar, e sempre vendo de uma forma colorida o que o
resto de nós, muitas vezes, víamos no preto e branco.
Um garoto de alguns
grandes amores, de alguns pequenos romances e de algumas eternas paixões. Ah e
antes que eu esqueça, ele é um garoto de grandes sonhos, muitas aventuras, e
muitas loucuras também. Um garoto de música alta na caixa de som, de curtir a
letra nos fones de ouvido, e de cantar sempre que possível.
Com ele aprendi que banho
na piscina até tarde da noite é divertido, que nuvens podem virar anjos, que
aprender dirigir pode ser com o freio de mão puxado, que estudar pode ser
riscando na mesa, que tirar foto pode ser também embaixo d’água, que
guarda-chuva pode ser pra enganchar na bicicleta, que calçadas podem ser para
tropeçar, que taxis também dão carona, que café não pode ser misturado com cachaça,
que sempre dá pra dividir a ‘merenda’, que reforço pode ser para discuti
religião, que se você for pra Campina Grande a pousada é JK, que se for para
tocar violão vai sair Nando Reis, e se for prova de química ou trabalho de
física o melhor é suco de uva adulterado.
Não pense que somos
românticos.
Não somos românticos, a
questão é que temos uma enorme afinidade. Sim, temos, e essa afinidade é que:
não importa qual o assunto, não importa o estado físico ou civil, mas sempre
que estivermos um perto do outro iremos dialogar sobre um texto qualquer, uma
poesia estranha ou o autor que escreve tal coisa.
Às vezes, falamos também
sobre o que escrevemos, como vai nossas vidas, nossos amores, uma música
qualquer, esse é o nosso relacionamento, a nossa amizade literária. Uma amizade
literária que já enfrentou muita coisa, que já teve raiva um do outro, que já
sentiu falta, mas que como um texto da Clarice ou uma poesia do Vinícius é
ainda melhor quando lido novamente.
Amigos, irmãos de
espirito, é o que somos e isso nos basta.
Se você também se encantou
com ele, eu diria que só a um jeito de acha-lo e com toda a certeza vai ser
preciso tirar os pés do chão e voar. Pois é, ele adora voar, às vezes ele voa
tão alto que é preciso lembra-lo que o ar fica um tanto rarefeito e é
necessário descer um pouco. Não acredite
que será possível encontra-lo aqui embaixo, não, ele se acostumou com a
fantástica vista de lá de cima, ele não tem medo da altura, portanto se quiser
encontra-lo é melhor pegar carona em algum voo.
Se as minhas asas não foram feitas para
voar, arrancar lhe eis. Comprarei
um par novo, cujo material será a coragem, e costurar lhe eis a minha alma com
a liberdade. Nada me prende ao que é monótono, até mesmo se a minha liberdade
perder o encanto, abandonar lhe ei, e então partirei em busca de uma nova
aventura.
Obrigado por
ser você.
D. Andrade - Relicário Abstrato
Foram com essas palavras que acordei nesta "ressaqueada" segunda feira. Assim que liguei o wi-fi do celular, uma mensagem apareceu no Facebook e lá estava um anexo (desta vez não tinha o amorzinho). Corri para o notebook e assim que li, parecia uma criança indo pela primeira vez ao parque de diversões.
Não tenho, sinceramente, palavras para agradecer por essas tantas outras palavras bonitas escritas para mim. Quando li no "in box" do Facebook que era um texto exclusivamente meu, jamais imaginei que seria tão exclusivo. Você já citou muito bem que somos irmãos de espirito e sou muito feliz com isso. Nossa amizade já se mostrou, por diversas vezes, proveitosa, já superamos muitas etapas difíceis (vestibular e muitas outras), já aprontamos e já aprontaram com a gente. Ás vezes, morro de saudade de ter uma "barra" para enfrentar com você. No fim, tudo virava sorrisos e noites viradas(ou noites bocejando, como queira chamar).
Não se engane, gosto mais do que você de "corrigir" seus textos (quase nunca necessitam de correção), analisar seus tantos "eu líricos" diferentes e se tornou um hobbie ir à minha analista/psicóloga particular. (observe sempre o mesmo horário da visita). Admito, também adoro o lanche. (acho que você já percebeu isso também)
Muito obrigado de verdade. Obrigado, por ser quem você é e por gostar de quem eu sou. Obrigado por sempre me mostrar textos tão bons. Te devo essa.
Ps: acho que vou ficar "pra baixo" mais vezes, pra você me mandar mais surpresas (eu sei que você odeia essa palavra e quase fez uma monografia sobre isso em uma tarde de estudos) mais vezes e pra me chamar de amorzinho pessoalmente. hahaha