sexta-feira, 8 de julho de 2011

PARTE 2 -




Em algum horário do dia seguinte Eric procurou desesperadamente seu fútil, porém valioso poema "sem dona".
Já Linda, passara o dia inteiro evitando pensar naquilo, aquele pensamento... E... Er... Eric, era o nome dele, né?
 Eric forçou mais um pouquinho o cérebro, e lembrou onde estava o sumido poema. Desespero, gritos, pavor em frente ao espelho e cabelos assanhados. Sairia correndo? Não, os vizinhos eram pessoas, e pessoas adoram tachar as outras de loucas, principalmente quando essas outras pessoas ajudam um pouco. Como ele olharia para Linda, caso eles se encontrassem na fila do refeitório, na biblioteca, ou tropeçasse nela de novo?
Vento, velocidade, e luzes. Essa era a sensação que Eric sentia em sua vespa, ao ir com toda a velocidade possível para a casa de Linda, que ele nem sonhara onde era. Pobre Eric, mal percebera ele, que todo esse desespero havia uma causa, e que as mesmas malditas substâncias que haviam sido ativadas em linda, agora surtiam o mesmo efeito nele.
Linda, que evitara pensar o dia inteiro "naquilo", agora, que anoitecera pensava, vezes e mais vezes no acontecido do dia anterior, no seu acesso de loucura com Eric, e claro, como faria para devolver e agradecê-lo pelo poema. Quase como um instinto vestiu a roupa, olhou-se no espelho, e saiu às pressas. Ela teria de ir na casa dele agora, mesmo que não soubesse onde.
Enquanto Eric forçava cada vez mais o motor de sua vespa azul, mais desesperado ficava, e maior o barulho de latas de refrigerante girando em uma máquina de lavar era emitido. Como acharia Linda, em uma cidade tão grande? Num átimo de segundo, enquanto passava em frente a universidade teve a certeza de que em minutos estaria com o endereço em mãos.
Nesse mesmo instante Linda chegou agitadíssima ao ponto de ônibus. Seu carro não pegara, e ansiosa, tá bom, tá bom! Nervosa como estava, era capaz de ser presa por atropelamento em massa antes mesmo de chegar a qualquer lugar. Ela, mais maquiavélica e provando que possuía um Q.I 2 pontos acima do de Eric, passara o dia bolando o plano escondida dela mesma, e sabia que a universidade era uma fonte segura de dados para conseguir o endereço de Eric.
Eric, que agora já tinha amadurecido a ideia de que estava sentindo alguma coisa por Linda, parou seu barulhento transporte nas portas do fundo da universidade e correu em direção a secretaria. Conversa. Conversa. Explicações. Perguntas. Tic Tac, Tic Tac, Enfim a secretária entrega uma pasta em sua mão, e decepção. Linda morava do outro lado da cidade, ele teria que encher no mínimo 4 vezes o tanque da agitada e pouco econômica vespa dele. Mas o moral e sua reputação estavam e jogo. O que pensaria ela, lendo uma idiotice melodramática que parecia ter sido escrita por um pré adolescente?
Linda que agora era espremida e sentia uma leve falta de ar no ônibus lotado, rezava fervorosamente para que o ônibus chegasse ao seu destino: Uma esquina a 2 quadras da universidade.

Linda não conseguiu ver, e Eric jamais imaginara, mas estiveram a poucos metros, quando Eric indo pra casa de Linda parou em um congestionamento, e o ônibus de Linda a caminho da universidade parou justamente ao seu lado em uma via de sentido duplo.

Toc Toc! ... minutos se passaram. Toc Toc! mais alguns minutos. Ninguém atendeu Eric na casa de Linda. Foi quando uma das maiores frustrações da sua vida o pegaram. Tanto esforço... Era um louco mesmo... Assumia, assumia! batia de leve na parede do apartamento de linda... estava apaixonado por ela, e não havia mais o que fazer!
Cabisbaixo desceu até a portaria do prédio e perguntou qualquer informação sobre a garota que o havia deixado louco em poucas horas. A única informação que teve foi que ela não estava em casa, e que não tinha o costume de sair nesse horário. Pronto! Tinha outro! Claro que tinha! Fora a um encontro romântico com um cara mil vezes mais bonito que ele, era o que ele merecia por ser tão idiota, e fazer poemas idiotas! Pedalou o troço azul e barulhento, e seguiu para casa.

Linda que passara horas em um congestionamento, agora, depois de andar as duas malditas quadras, chegara a universidade. Porém, demorara demais, e o horário letivo já havia se encerrado.
Lágrimas, pequenos pulinhos entre um pé e outro e gritinhos histericamente controlados foram as coisas que presenciaram quem passou por ali naquele instante.

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