segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Eu + você = bons textos


As dores nos tornam mais forte, os tropeços nos ensinam por onde andar, o dinheiro compra e realiza grande parte dos nossos sonhos, os amigos são a família que escolhemos, a nossa família nos acrescenta valores. No entanto, nada é capaz de mudar aquilo que somos, por que isso é o que somos. E ele era aquilo que ele é.
Seria estupidez tentar defini-lo, pois ele possui um nome forte, dizem até que o seu nome significa: lobo. Eu não sei. Tudo que sei é que ele adora falar das nuvens, do sol, do mar, da vida...
Desde pequeno mostrou-se diferente, não é como se ele não se encaixasse com os outros, não, ele simplesmente completava o grupo de uma forma diferente. Uma forma alegre, criativa, disposta a arriscar, e sempre vendo de uma forma colorida o que o resto de nós, muitas vezes, víamos no preto e branco.
Um garoto de alguns grandes amores, de alguns pequenos romances e de algumas eternas paixões. Ah e antes que eu esqueça, ele é um garoto de grandes sonhos, muitas aventuras, e muitas loucuras também. Um garoto de música alta na caixa de som, de curtir a letra nos fones de ouvido, e de cantar sempre que possível.
Com ele aprendi que banho na piscina até tarde da noite é divertido, que nuvens podem virar anjos, que aprender dirigir pode ser com o freio de mão puxado, que estudar pode ser riscando na mesa, que tirar foto pode ser também embaixo d’água, que guarda-chuva pode ser pra enganchar na bicicleta, que calçadas podem ser para tropeçar, que taxis também dão carona, que café não pode ser misturado com cachaça, que sempre dá pra dividir a ‘merenda’, que reforço pode ser para discuti religião, que se você for pra Campina Grande a pousada é JK, que se for para tocar violão vai sair Nando Reis, e se for prova de química ou trabalho de física o melhor é suco de uva adulterado.
Não pense que somos românticos.
Não somos românticos, a questão é que temos uma enorme afinidade. Sim, temos, e essa afinidade é que: não importa qual o assunto, não importa o estado físico ou civil, mas sempre que estivermos um perto do outro iremos dialogar sobre um texto qualquer, uma poesia estranha ou o autor que escreve tal coisa.
Às vezes, falamos também sobre o que escrevemos, como vai nossas vidas, nossos amores, uma música qualquer, esse é o nosso relacionamento, a nossa amizade literária. Uma amizade literária que já enfrentou muita coisa, que já teve raiva um do outro, que já sentiu falta, mas que como um texto da Clarice ou uma poesia do Vinícius é ainda melhor quando lido novamente.
Amigos, irmãos de espirito, é o que somos e isso nos basta.
Se você também se encantou com ele, eu diria que só a um jeito de acha-lo e com toda a certeza vai ser preciso tirar os pés do chão e voar. Pois é, ele adora voar, às vezes ele voa tão alto que é preciso lembra-lo que o ar fica um tanto rarefeito e é necessário descer um pouco.  Não acredite que será possível encontra-lo aqui embaixo, não, ele se acostumou com a fantástica vista de lá de cima, ele não tem medo da altura, portanto se quiser encontra-lo é melhor pegar carona em algum voo.
                     
Se as minhas asas não foram feitas para voar, arrancar lhe eis.        Comprarei um par novo, cujo material será a coragem, e costurar lhe eis a minha alma com a liberdade. Nada me prende ao que é monótono, até mesmo se a minha liberdade perder o encanto, abandonar lhe ei, e então partirei em busca de uma nova aventura.
Obrigado por ser você.
D. Andrade - Relicário Abstrato


Foram com essas palavras que acordei nesta "ressaqueada" segunda feira. Assim que liguei o wi-fi do celular, uma mensagem apareceu no Facebook e lá estava um anexo (desta vez não tinha o amorzinho). Corri para o notebook e assim que li, parecia uma criança indo pela primeira vez ao parque de diversões.
Não tenho, sinceramente, palavras para agradecer por essas tantas outras palavras bonitas escritas para mim. Quando li no "in box" do Facebook que era um texto exclusivamente meu, jamais imaginei que seria tão exclusivo. Você já citou muito bem que somos irmãos de espirito e sou muito feliz com isso. Nossa amizade já se mostrou, por diversas vezes, proveitosa, já superamos muitas etapas difíceis (vestibular e muitas outras), já aprontamos e já aprontaram com a gente. Ás vezes, morro de saudade de ter uma "barra" para enfrentar com você. No fim, tudo virava sorrisos e noites viradas(ou noites bocejando, como queira chamar).
Não se engane, gosto mais do que você de "corrigir" seus textos (quase nunca necessitam de correção), analisar seus tantos "eu líricos" diferentes e se tornou um hobbie ir à minha analista/psicóloga particular. (observe sempre o mesmo horário da visita). Admito, também adoro o lanche. (acho que você já percebeu isso também)
Muito obrigado de verdade. Obrigado, por ser quem você é e por gostar de quem eu sou. Obrigado por sempre me mostrar textos tão bons. Te devo essa. 

Ps: acho que vou ficar "pra baixo" mais vezes, pra você me mandar mais surpresas (eu sei que você odeia essa palavra e quase fez uma monografia sobre isso em uma tarde de estudos) mais vezes e pra me chamar de amorzinho pessoalmente. hahaha 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Amizade sem trato


Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?
Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa – nem deve – vir acompanhado de um motivo. As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor – tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão. Basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.Difícil exemplificar o que é tratar bem.
Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso trocar elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?Acho que é amor. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços – mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.
Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem doisamigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.
Martha Medeiros

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Rapidinha


Só estava meio vazio, querendo falar uns troços pra alguém de confiança, jogar conversa fora. Está todo mundo ficando velho e esclerosado por dentro. Os bares estão perdendo feio para as novelas, não há mais ninguém nas ruas. Não tenho me identificado muito com ninguém. Mas tudo bem. Levei um tempo até entender que pode ser muito libertador não se sentir parte de nada. E tu sabe como sou, dramatizo para dar às coisas a importância que originalmente elas não têm.
Gabito Nunes